Imagino o carro a devorar quilómetros a caminho do sul, os teus olhos com fome de mar, algum cansaço e a necessidade de uma pausa. Sinto que as palavras que envio podem não fazer sentido, agora que as rotinas foram quebradas. Escrevo sem saber da aceitação, nem esperar resposta. Escrevo porque te quero bem , e tal como te amo.
Abro a janela, e por ela entra a manhã, o ar leve e o canto do melro que habita os canaviais. Do mar sobe uma bruma suave que fica a pairar. Atravesso a fronteira entre o sono e o sonho e desenho-te a meu lado. Nada há mais triste que a tua ausência.