sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Sonhos


Os sonhos são fumos,
ninguém os pode tocar.
Sonhos? Perfumes
impossíveis de cheirar.
Sonhos são nuvens,
pedaços de algodão
flutuando no espaço,
envolvendo ilusão.
Cada fumo, cada nuvem,
cada sonho já sonhado,
vem aumentar a certeza
que há sonhos que são verdade.
Sendo sonhos, são reais,
existem dentro de nós.
Não os podendo prender,
não nos deixam ficar sós.



* Março 2002
*
Um Feliz Natal para todos os que aqui passarem.
*

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Irlanda


Verde, verde sem igual.
Ovelhas brancas, pastando
na serena luz do Verão.
Terra de duendes e fadas,
lendas celtas , recordando
a magia da tradição.
Por aqui, vive-se a paz,
as ondas do mar gritando
a beleza deste chão.
A música sempre presente,
os violinos chorando
como chora o coração.

E em cada rosto marcado,
nos olhos azuis brilhando,
o orgulho desta nação..

Terra de chuvas e brumas
e penhascos verdejantes
descendo em verticais,
tem castelos e palácios
e aldeias importantes
dos tempos medievais,
abadias e mosteiros
e cavaleiros andantes,
às suas damas tão leais.

E os sonhos , fantasias,
de tempos já tão distantes
parecem quase reais.


*Agosto 2001

sábado, 15 de dezembro de 2007

Encontros



Encontros, sem ser marcados,
palavras soltas ao vento,
sentimentos, emoções,
e, num fio de fantasia,
a luz que teima em brilhar.

Encontros, sem ser esperados,
alguns poemas, canções,
viagens feitas no mar
revolto, cheio de brumas,
com ondas de ilusões.

Encontros, desesperados,
sombras de nuvens escuras
em noites de temporal,
mas as palavras escritas,
os encontros, a ternura,
trazem um dia de sol.

Encontros, alguns desejados,
fiapos de tantas vidas,
alguma tristeza, despedidas.
E as palavras que fogem
transportando solidões.

Encontros! De almas gémeas?
Apelos inconscientes,
busca de países diferentes
onde o sol nunca se acaba.
E, nas palavras escolhidas,
um tactear de feridas.

Encontros, novos amigos,
tão diversos, mas iguais,
trazem a procura, escondida,
de filhos dos mesmos pais,
de ligações impossíveis, virtuais.

E, de todos estes encontros,
com alguém que nunca vemos,
fica um travo de amargura,
fica a certeza segura,
de, às vezes, encontrarmos
outros tão sós...como nós.


*Julho 2001

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Contradição




Eu sou aquela que sou
sem nunca o poder ser
Eu sou aquela que tem
sem nunca o poder ter

Tenho nos olhos o brilho
daquilo que nunca vi
Tenho no peito a chama
daquilo que não vivi

Sou uma estrela a brilhar
numa noite bem escura
Sou uma estrela apagada
nesta dor que não tem cura

Tenho sorriso de criança
à espera que chegue a vida
Tenho cansaço de velho
pela vida já vivida

E nesta contradição
do ter e do nunca ter
sei apenas o que sou...
esperança de não o ser!



*Junho 2001

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Como é possível...




Diz-me, amor, como é possível
que o mundo gire assim,
que haja estrelas a brilhar,
o sol nasça e se deite.
se não estás ao pé de mim.

Diz-me, amor, como é possível
existir o mar sem fim,
que ondulem as searas,
que murmurem os regatos,
se não estás ao pé de mim.

Diz-me, amor, como é possível
haver flores num jardim,
que voem as andorinhas,
que cantem os rouxinóis,
se não estás ao pé de mim.

E, sendo assim impossível,
mais uma dúvida, enfim.
Como posso respirar,
bater o meu coração,
se estás tão longe de mim?


*Junho 2001

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Beijos





Primeiro, beijinhos,
beijos de criança,
beijos a brincar,
alegres, divertidos,
beijos a saltitar.
.
Depois, lentamente.
beijos mais doces,
suaves, macios,
cheios de ternura,
beijos a aflorar.
.
E, de repente,
o coração dispara,
o corpo endoidece,
beijos profundos,
loucos, molhados,
beijos apaixonados,
muito demorados,
beijos a queimar.
.
Então eulouqueço,
sem querer.
Rendida
nos teus braços.
Perdida
sem nada dizer.
.
E vivo
e morro
sem saber se vivi.
.
E vivo
e morro
de amor por ti.


*Maio 2001

domingo, 9 de dezembro de 2007

Mar



Eu gosto do mar,
azul, profundo,
batido pelo vento,
maior que o mundo.

Gosto do mar
que foi berço da vida,
onde tudo começou
e será a despedida.

Gosto de ver o mar
ao sol-pôr, à tardinha,
quando chegam as gaivotas
e a praia fica sozinha.

Gosto de ouvir o mar
em noites de tempestade,
quando as ondas batem fortes
nos rochedos da saudade.

Mas gosto mais de o sentir,
carícia fresca na pele,
afago doce, envolvente
como os braços de um amante
... inexistente.


*Abril2001

sábado, 8 de dezembro de 2007

Aventura

Ontem tive uma aventura,
inesperada, inesquecível.
Foi um amigo que me trouxe
e eu vim devagarinho,
sem conhecer o caminho.
Encontrei a porta aberta
do reino da Poesia,
onde tudo é possível,
onde não existe dor,
os sonhos são realidade
e é eterno o amor.




* Abril 2001