segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Réstia de luz




Desfeita que foi a teia,
perdidos todos os laços,
recordo em silêncio profundo
o sabor dos teus abraços.
Na noite que me envolve,
imóvel, sem respirar,
espero o nascer do dia,
aguardo um novo mar.



*

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Um dia destes




Um dia destes
ouvirás a minha voz
e não saberás quem fala

um dia destes
com tempo, perceberei
que o nosso tempo terminou

um dia destes
cada palavra tua
terá o sabor da despedida

um dia destes

*

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pensando




Pensando que te vou ver
encho de sonhos os braços
acendo os meus desejos
apago em mim os cansaços
espalho rimas no chão
recolho versos e danças
esqueço a nuvem escura
lembro frescas madrugadas
adormeço dúvidas, incerteza
acordo as minhas esperanças
silencio trovoadas
abro a alma à ternura
cerro os olhos da tristeza.

Pensando que te vou ver
pinto o céu azul de poemas
escrevo amor em letras tristes
elevo-me no infinito
... e descubro que não existes.

*

domingo, 14 de setembro de 2008

Inútil



Inútil, vazio, oco,
assim está o meu peito,
a cada dia que passa,
a cada sonho desfeito.
Perdi o norte, a esperança,
uma andorinha sem asas.
Sinto crescer as raízes
que me prendem, asfixiam
e me queimam como brasas.
Não vejo, nem posso ouvir.
Das sombras que me rodeiam
é impossível fugir.
Sei que existem outros mundos,
que há locais onde o sol
continua a brilhar
e os pássaros chilreiam,
mas aqui, onde me encontro,
os silêncios são profundos.

Inútil, vazio, oco,
assim está o meu peito.
Não encontro solução.
No deserto onde me deito
está desfeita a ilusão,
só me resta um grito rouco...
Onde estás, meu coração?

Tão vazio o meu peito.



*

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Poema à varanda




O sol, o mar, o vento,
o azul do firmamento,
gaivota em voo leve,
nuvem branca que se esfuma,
ondas franjadas de espuma.

Vai para ti meu pensamento.



*

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Como ... ?



Era um sonho,
nada mais que um sonho.

Quando lhe julguei tocar,
esfumou-se.

Como pode um sonho,
deixar uma marca tão funda?


*