domingo, 21 de dezembro de 2008

Boas Festas




Que a alegria e a paz do Natal se prolonguem por todo o novo ano que se aproxima.



BOAS FESTAS


*

sábado, 13 de dezembro de 2008

Ausência




Quando a ausência se acende
e os dedos só afagam solidão,
bebo as palavras que chegam,
estrelas no deserto da noite,
iluminando a imensa escuridão.



*

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Azul




Quero mergulhar no azul infinito
inebriar-me na vertigem da noite
e afogar-me em ti


*

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Contigo





Contigo aprendi que tenho asas
e posso voar mesmo através de nuvens cinzentas.
Aprendi que as palavras aprisionadas na garganta
se podem soltar e voar,
livres,
ao encontro de outras palavras,
e se pode cantar mesmo na noite mais escura.

Contigo aprendi ainda mais.
Que os olhos podem ter a cor da ternura,
e os beijos o sabor da loucura.

E que o amor é isto que se dá,
sem exigir nada em troca.



*

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Solidão



" Talvez a solidão meça tanto como a companhia"...


... porque na solidão te sinto e te ouço,
te recordo e te sonho
e na solidão me acompanhas.


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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Dúvida



Deitada na areia, vejo passar por cima de mim as nuvens brancas esfarrapadas. O azul do céu mantém-se imóvel. Há uma leve brisa que agita o ar.
Sozinha, imagino os teus passos e deixo-me envolver por uma estranha sensação de paz.
Será isto a felicidade?


*

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Busca



Acordo para um dia diferente,
pleno de promessas e sonhos.
Seguro a tua mão e trago-te.
Atravessando o deserto
iremos em busca de oásis
que só nós conhecemos,
do doce sabor das tâmaras.


*

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Convite




Vem, comigo, perder-te nas ruelas,
descobrir os cheiros e as cores,
encontrar-te na magia dos souks.
À noite, dormiremos sob as estrelas
ao som do murmúrio das fontes.

Vem!
A viagem será a nossa.
Imaginada, mas real.

*

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Percurso


" Talvez esperar faça parte do percurso mais rápido"
Diego Martínez Lora


Esperei por ti toda a minha vida.
Quando chegaste, soube que és tu o sentido para a minha existência.
Agora que partiste, que fazer dos dias que restam?


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sábado, 25 de outubro de 2008

Fui ver o mar



Depois de ter estado contigo, fui ver o mar, essa imensidão só comparável aquilo que sinto quando estamos juntos.
Falei-lhe de ti. Disse-lhe que, de cada vez que chego, é sempre como se fosse a primeira. A mesma surpresa, o mesmo encantamento, a mesma dificuldade em voltar a afastar-me de ti. Sempre a mesma sensação de me encontrar fora do mundo. Mesmo sem te tocar, te sinto em todas as células do corpo.
Sei que o mar me entendeu. Agora, já posso ir para casa e entrar nas coisas comuns.



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terça-feira, 21 de outubro de 2008

O nosso tempo


O relógio, que me deste no dia do nosso primeiro beijo, parou.
Quando mo puzeste no pulso, olhei-te e disse... " Todo o meu tempo será teu".
O relógio passou a bater ao ritmo do meu coração. Acelerado quando voava ao teu encontro, sereno quando, abraçados, víamos o pôr-do-sol, lento e triste quando nos afastávamos um do outro.
Marcou todos os nossos momentos de felicidade e até as ausências em que estavas sempre presente.
Há dias, quando te disse sentir a falta do teu carinho e recebi em troca um longo silêncio culpado, algo se partiu dentro de mim e o meu coração parou. Nesse dia o relógio parou tambem.

Dizem que as pilhas se gastaram. Não acredito. Receio que tenha sido o nosso tempo que terminou.



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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Fumo


Ser o fumo do teu cigarro
penetrar na tua boca
permanecer em ti como um travo


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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Quando se sonha



Quando se sonha
e no sonho se voa,
quando as asas das gaivotas
são navios que cruzam oceanos,
quando no azul do mar
se esconde o sol e a luz da lua,
nada mais importa.

Só o sonho transforma tudo,
até o silêncio e a dor
do cerrar de uma porta.


*

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Incerteza



Dos dias felizes de outrora
teci uma manta azul de memórias,
viagens imaginadas que nunca fizémos,
tardes serenas junto ao mar,
o brilho nos olhos.

Guardei-a, dobrada, em gavetas de cristal,
como tesouro intocável.

Depois, abri a janela ao luar,
às límpidas manhãs,
aos poentes dourados.
O melro voltou a cantar
nos arbustos do jardim.
Da encosta avisto novos horizontes
de contornos ainda indefinidos.

E julgo que sobrevivi.


*

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Réstia de luz




Desfeita que foi a teia,
perdidos todos os laços,
recordo em silêncio profundo
o sabor dos teus abraços.
Na noite que me envolve,
imóvel, sem respirar,
espero o nascer do dia,
aguardo um novo mar.



*

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Um dia destes




Um dia destes
ouvirás a minha voz
e não saberás quem fala

um dia destes
com tempo, perceberei
que o nosso tempo terminou

um dia destes
cada palavra tua
terá o sabor da despedida

um dia destes

*

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pensando




Pensando que te vou ver
encho de sonhos os braços
acendo os meus desejos
apago em mim os cansaços
espalho rimas no chão
recolho versos e danças
esqueço a nuvem escura
lembro frescas madrugadas
adormeço dúvidas, incerteza
acordo as minhas esperanças
silencio trovoadas
abro a alma à ternura
cerro os olhos da tristeza.

Pensando que te vou ver
pinto o céu azul de poemas
escrevo amor em letras tristes
elevo-me no infinito
... e descubro que não existes.

*

domingo, 14 de setembro de 2008

Inútil



Inútil, vazio, oco,
assim está o meu peito,
a cada dia que passa,
a cada sonho desfeito.
Perdi o norte, a esperança,
uma andorinha sem asas.
Sinto crescer as raízes
que me prendem, asfixiam
e me queimam como brasas.
Não vejo, nem posso ouvir.
Das sombras que me rodeiam
é impossível fugir.
Sei que existem outros mundos,
que há locais onde o sol
continua a brilhar
e os pássaros chilreiam,
mas aqui, onde me encontro,
os silêncios são profundos.

Inútil, vazio, oco,
assim está o meu peito.
Não encontro solução.
No deserto onde me deito
está desfeita a ilusão,
só me resta um grito rouco...
Onde estás, meu coração?

Tão vazio o meu peito.



*

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Poema à varanda




O sol, o mar, o vento,
o azul do firmamento,
gaivota em voo leve,
nuvem branca que se esfuma,
ondas franjadas de espuma.

Vai para ti meu pensamento.



*

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Como ... ?



Era um sonho,
nada mais que um sonho.

Quando lhe julguei tocar,
esfumou-se.

Como pode um sonho,
deixar uma marca tão funda?


*

sábado, 30 de agosto de 2008

Sonho



Esta noite sonhei contigo.
Foi bom voltar a ver-te.



*

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Recordar



Na manhã cinzenta
recordo o sol
das nossas manhãs,
a entrega sem reservas,
os corpos pertença um do outro,
a imensa paz
que depois nos inundava.



*

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Letras




Baralho as letras do jornal
que tens à frente.

Escolho-as depois,
uma a uma,
até formar a palavra
t-e-r-n-u-r-a.


*

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Imaginação





Fantasio o teu acordar,
o primeiro cigarro,
o espreguiçar lento
na manhã de Verão.

Imagino-me contigo,
o primeiro sorriso,
a ternura,
os beijos.



*

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Gota a gota




A minha felicidade é vivida
gota a gota.
Provo-a,
mas não a posso saborear.
Tenho memórias e sonhos.
De resto,
nada é meu.



*

sábado, 26 de julho de 2008

Ocaso




É tua
a derradeira labareda,
raio de sol no ocaso
que brilha, já não aquece.
É tua
a chama que se extingue,
fogueira que se apaga,
vermelho feito em cinza.



*

terça-feira, 22 de julho de 2008

Horizonte




Um poente nublado
apenas uma risca de luz no horizonte
ondas pequenas a morrer na praia deserta
maresia
e um enorme desejo de ti
aqui


.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Esperança




Enterrei os pés na areia
caminhei ao longo da espuma
apanhei conchas e seixos
bebi o sol
encontrei-te nesta foz
a ti
que és a nascente da esperança


*

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Deserto



Atravesso o deserto
na miragem de um oásis,
os teus braços,
do leve soprar do vento,
o teu sorriso,
do sabor doce das tâmaras,
a tua boca.


*

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Momento




Guarda a espuma
o sal
o vento
dentro do peito,
a eternidade de um momento.



*

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Gaivota



Frente ao mar
sobrevoando rochedos
sou gaivota solitária
empurrada pelo vento
procurando o equilíbrio
... a ti.



*

domingo, 22 de junho de 2008

À nossa hora




Céu e mar fundidos na linha do horizonte
traineira solitária na imensidão
gaivotas em voo leve
a tua presença... sonhada.



*

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ponte



Construímos uma ponte. Entre duas margens, a realidade e o sonho, ela é a possibilidade do impossível.



*

sábado, 14 de junho de 2008

Memória





Encontro beijos teus

espalhados na almofada.

Recolho-os

na palma da mão.

Guardo-os

nas dobras da memória.

Adormeço

abraçada a eles

... a ti.



*

terça-feira, 10 de junho de 2008

Quando...




Quando não sentir o sol em dias de nevoeiro,
quando for à praia e não vir o mar,
quando não ouvir o melro que canta no meu jardim,
quando não souber o sabor dos morangos,
quando os livros permanecerem fechados,
quando esquecer o brilho do olhar das crianças,
quando pensar que não tenho asas,
quando não sorrir ao pensar em ti...


então a vida terá chegado ao fim!


*

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Fonte



Contigo
atravesso a tempestade
com olhos de arco-íris,
no meio do aguaceiro
abrigo-me nos teus braços,
oásis de ternura,
descubro girassóis
no limiar da esperança.
Contigo
abro janelas de paz,
percorro o horizonte,
ouço o cantar do melro.
Dos rios que me percorrem
és tu a fonte.



*

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Se quiseres...



Se puderes
vem ter comigo
traz os beijos
levo os meus
faz-se a festa
nos teus braços
esqueço sombras
e cansaços
se quiseres...


*

quinta-feira, 15 de maio de 2008



Quando chegaste, dormia.
sono triste
sono só.
Acordei.
Na ilusão que trazias,
eu, acordada,
sonhei.

*

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Voo




Redescubro o brilho das estrelas
o rumor do vento
o aroma do mar
Retomo as minhas asas
deixo-me envolver em tons de esperança
Sinto a noite
Sou eu
Voo



*

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Sentir



Ouvir
é o único permitido
olhos fechados sem ver
mãos que não podem tocar
proíbido está o cheiro
sem língua para provar
perdidos os meus sentidos
e mesmo assim
sentir.



*

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Fantasia




Dá-me a tua mão
e voa comigo
até ao fim do horizonte
onde os dias são claros
e as noites com luar.

Chamo por ti
cerro os olhos para te ver
encontro-te
és a minha companhia.
Fica!
Não me deixes,
fantasia.


*

sábado, 19 de abril de 2008

Só tu



Acordo-te com poemas
acaricio-te em sonhos
beijo-te.
.
Só tu
povoas os meus desertos
iluminas as sombras
aqueces este inverno.
Só tu.
.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Parte!




Parte, sozinha!
A viagem, longa ou breve,
tem de ser apenas tua,
não esperes companhia,
leva contigo a lua,
manto de fantasia.
Parte!
Com passo leve,
devagar,
procura o teu espaço,
escolhe tu a cor do mar.
Segue!
Guiada pelas estrelas
descobre a luz que há em ti.
Vai!
O mundo é teu,
é preciso acreditar!



*

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Imortalidade


Quando eu tiver partido
fechado os olhos
fugido
não me procurem
reparem
estarei na gota de chuva
virei no sopro do vento
em cada raio de lua
trazida na onda do mar
perdida no firmamento
na mais pequena flor
reparem
sou eu
ainda
.

terça-feira, 25 de março de 2008

Ternura





São tecidos de sonhos
os dias que enfeito
para ti
sem nuvens
nem ausências
voo leve de gaivotas
no azul-mar da ternura


*Dez.2003
.

domingo, 16 de março de 2008

Anoitecer



Anoitece no mar, as sombras descem lentamente. Avisto o piscar de um farol distante, último baluarte antes da imensidão que se estende a meus pés. Mais perto, as luzes de algumas poucas casas e as ondas sozinhas que se desfazem na areia. No ar paira uma nostalgia que me leva até ti.
Pela rádio, ligada, ouço os ecos de engarrafamentos citadinos, de estradas congestionadas de trânsito, o final de um dia de trabalho, a pressa de chegar a casa, o jantar para fazer, as crianças para deitar.
Daqui, tudo isso me parece fazer parte de um planeta distante. Este local está, para mim, impregnado de uma tal paz que me parece longínquo o tempo em que eu própria me perdia nesses engarrafamentos.
A noite caiu, já, manto escuro sobre uma terra que adormece.
Deixo-me envolver pela serenidade desta hora e agradeço o momento que vivo.


*Out.2003

segunda-feira, 10 de março de 2008

Poema triste


De súbito, apagaram-se as estrelas,
uma nuvem escondeu a lua
e caiu a escuridão.
O mar tornou-se cinzento,
nem barcos nem velas...
Caíram flores pelo chão,
calaram-se os violinos,
esfumaram-se os sonhos,
perdeu-se mais uma ilusão.
Não há presente, nem futuro.
Terminou este Verão.
Quero abrir os olhos, não consigo.
Quero falar, não tenho voz.
Estendo os braços, é em vão.
À minha volta não há ninguém.
Não te encontro, não te vejo.
Não ouço a nossa canção.


*Julho2003

domingo, 2 de março de 2008

Espera


Espero ansiosamente por nada,
seguro nas mãos o vazio,
ouço acordes de silêncio,
dentro da alma o frio.

Já esqueci se houve Verão,
se as andorinhas voaram,
o canto dos rouxinóis,
se as estrelas brilharam.

Espero o azul na escuridão,
um regato no deserto.
De olhos fechados , pressinto
que o horizonte está perto.


*Dez.2002
.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Se...




Se os meus braços fossem algas
feitas de espuma e de vento
se os sonhos tivessem brilho
e a cor e o cheiro do mar
se o voo das gaivotas
enchesse as madrugadas
se eu te sentisse nas mãos
e te pudesse tocar
se...




*Dez.2002

.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Vento



Espuma fresca
ar lavado
o pensamento a voar
como gaivota perdida.
Onde estás?
Nuvens brancas
cheiro a mar
no leve soprar do vento
o brilho azul da paz.


*Out.2002