quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Contradição




Eu sou aquela que sou
sem nunca o poder ser
Eu sou aquela que tem
sem nunca o poder ter

Tenho nos olhos o brilho
daquilo que nunca vi
Tenho no peito a chama
daquilo que não vivi

Sou uma estrela a brilhar
numa noite bem escura
Sou uma estrela apagada
nesta dor que não tem cura

Tenho sorriso de criança
à espera que chegue a vida
Tenho cansaço de velho
pela vida já vivida

E nesta contradição
do ter e do nunca ter
sei apenas o que sou...
esperança de não o ser!



*Junho 2001

6 comentários:

un dress disse...

somos todos double face...!!







beijO

Flor de Tília disse...

A tua poesia liberta-me, é fonte de vida , dá asas à imaginação do leitor...
Um abraço

poetaeusou . . . disse...

*
Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
,
in-Pessoa
*
xi
*

Maria disse...

Passeei-me por aqui, e gostei de te ler.
Já te tinha dito (acho) que temos em comum gostar do mar e de poesia....

Beijos

© Maria Manuel disse...

uma esperança, uma ânsia, de mais além (de que o mar é bem ilustrativo).

Isamar disse...

Mar,poesia, natureza, amizade, amor....sentimentos que partilhamos pelo que tenho lido.
Deixo-te mil beijinhos